terça-feira, 15 de julho de 2014

Nossos adolescentes e o culto ao corpo, à vaidade e ao supérfluo.


Considero preocupante o que tenho observado em relação a essa geração de adolescentes que nos rodeia.
Em sua grande maioria, percebo que a exacerbada preocupação com a forma tem se sobressaído (e muito) em relação à preocupação com o conteúdo.
Vejo jovens perdendo horas e horas dedicando-se a escolher as roupas que vão usar para irem às baladas, mais algumas horas no salão de beleza, mais algumas fazendo musculação e por aí afora.
E não me venham com essa de "geração saúde". A maioria não está na academia por estar preocupada com a saúde. Se assim fosse, também estaria comendo brócolis, alface, tomate, rúcula, espinafre e tomando suco de beterraba com cenoura e laranja, ao invés de estar tomando energéticos e esteroides anabolizantes (as famosas "bombas") para aumentar a massa muscular.
Querem ficar bonitos, atraentes, querem chamar a atenção pela beleza, pelas formas bem definidas, pelos badulaques que usam.
É o culto ao corpo, à vaidade, ao supérfluo.
E com isso, se esquecem totalmente do culto ao conteúdo, à beleza interior.
Você já parou para observar quanto tempo esses jovens se dedicam à preparação dos estudos, ou se preparam para uma prova, para um concurso, em relação ao tempo que dedicam para se preparar para ir a uma festa, um cinema, um shopping? Quanto tempo eles dedicam durante o dia ao Whatsapp, Facebook e Instagram?
Não? Procure observar... chega a ser impressionante.
Por outro lado, você já experimentou conversar com alguns deles sobre atualidades, política e conhecimentos gerais? O básico, por exemplo: quais os Estados de seu País e suas respectivas capitais? Quantos são os Senadores representando cada Estado no Congresso Nacional e qual o nome dos Senadores de seu Estado? Peça para eles dissertarem um pouco sobre o escândalo da Petrobrás, do Mensalão, a crise na Venezuela... e não se espante com as respostas.
Estamos diante de uma geração que tende a cada dia ser mais "oca", mais frágil, sem conteúdo. A geração do CTRL-C e CTRL-V.
E muitos pais estão vendo isso e deixando acontecer. Boa parte por puro comodismo. É melhor deixar a criança/adolescente "quieta lá no seu canto" agarrada com um tablet ou celular conectado à internet do que ter o trabalho de conversar com ela, orientá-la para a vida, castigá-la quando preciso.
Alguns pais preferem gastar os tubos com roupas de grife, acessórios, celulares de última geração, salão de beleza, para evitar que os mesmos "encham seu saco" se sentindo "inferiores" porque "todos os amigos tem, só ele que não tem".
Filho é pra dar trabalho, mesmo. Porque se não fosse, já nascia adulto. Filho é pra estar olhando nos seus olhos e não para o celular, quando você está tendo uma conversa com ele. Filho é pra aprender a corresponder e a reconhecer todo o esforço que nós, pais, fazemos para dar a ele um mundo melhor.
Da mesma maneira, pais estão aqui para orientar seus filhos. Para perceber eventuais desvios de comportamento e colocá-los nos trilhos. Para mostrar a eles que melhor do que ser bonito e atraente por fora é ser bonito e atraente por dentro. Para incentivar a cultura e não o "lepo-lepo".
Quero deixar bem claro aqui que não sou contra, de maneira alguma, que as pessoas cuidem do visual, da aparência, se vistam bem, procurem ficar bonitas - isso só faz bem à autoestima -, assim como também não sou contra a tecnologia, muito pelo contrário. Seria até ignorância de assim o fosse.
Mas que precisamos estar atentos à maneira como isso está acontecendo, acredito que precisamos, sim.
A isso dá-se os nomes de "educar", de "cuidar", de "formar", de "orientar".

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Alemanha 7 x 1 Brasil - Assim no jogo como na vida...

Inicio aqui parodiando a frase que Bernardinho (nosso técnico  - esse sim, um técnico de verdade - da Seleção Brasileira de Vôlei) cita mais de uma vez em seu livro "Transformando Suor em Ouro". A original é "Assim no vôlei como na vida", onde ele faz diversas comparações entre situações que acontecem no vôlei com situações que podem ser aplicadas na vida. E vice-versa.

A intenção aqui é fazer uma reflexão de como o padrão de comportamento de grande parte de nós, brasileiros, se repetiu durante a Copa e em especial durante o jogo contra a Alemanha e de como isso pode ser prejudicial para todos nós, como brasileiros e como Nação.

Assim no jogo:
Iniciamos essa Copa do Mundo com uma Seleção que não demonstrou firmeza nem segurança desde o primeiro jogo. Não vou, aqui, ficar historiando jogo a jogo, placar a placar, pois nos lembramos muito bem.
Iniciamos também com um técnico teimoso, insistente e dono da razão, que insistia em manter em campo jogadores que não rendiam e um esquema tático frágil e sem consistência.
Mas, como bons brasileiros que somos, com muito orgulho, etc., torcemos. E muito. Fizemos a nossa parte. Trouxemos a Seleção até as semifinais. E não importa, aqui, se foi com ou sem Neymar, com ou sem Thiago Silva.
Começa o jogo conta a Alemanha. Também não vou narrar aqui o que aconteceu e o que cansativamente já vimos na mídia até agora. Vou apenas resumir : Um desastre total. Um desacerto sem fim. Uma equipe (?) perdida em campo. Um técnico apático, sem atitudes, talvez mais perdido do que sua equipe em campo. O restante da comissão técnica, idem.
O resultado? Uma humilhante derrota por 7 x 1. Só pra registrar.
Agora vem o que mais me chamou a atenção, desta vez, fora do campo. Tudo isso acontecendo, todo esse drama se desenrolando, a bancarrota total no Mineirão de uma Seleção que estava representando ali 200 milhões de brasileiros, em sua própria casa, e a internet congestionada de mensagens com milhões de piadinhas, charges, humor negro e muito mais, através do Whatsapp, do Facebook e outros meios de comunicação. Ou seja, ninguém estava mais nem aí pra todo aquele drama que estava se passando, no mínimo para aqueles 22 jogadores que estavam em campo representando o nosso país.
Sim, porque eles, com certeza, não estavam jogando ruim daquele jeito de forma deliberada. Eles entraram em campo com a intenção de vencer.
(Em tempo: isso não é uma crítica, é uma constatação, até porque eu também recebi e repassei algumas dessas mensagens engraçadas. A capacidade criativa do brasileiro é impressionante.)

Como na vida:
Estamos vivendo em um país refém de um governo que não demonstra firmeza nem segurança desde os primeiros dias de sua atuação.
Há mais de 10 anos entregues a "técnicos" - leia-se governantes - incompetentes, corruptos e donos da razão, que insistem em manter em vários cargos-chave auxiliares igualmente corruptos e incompetentes.
Só que, desde o início deste Governo, estamos sendo diariamente goleados pela corrupção, pela inflação, pelos desmandos, pela incompetência, pela perda de divisas e das empresas que um dia nos orgulharam.
Estamos sendo goleados por muito mais do que 7 x 1. Aliás, nem sequer um gol de honra estamos conseguindo fazer.
A "técnica" da vida, tal qual o "técnico" do jogo, está igualmente apática, sem atitudes, talvez mais perdida do que sua equipe no governo, afundada em sua incompetência.
Mas o padrão comportamental de grande parte dos brasileiros está se repetindo: a internet vive congestionada de mensagens com milhões de piadinhas, charges, humor negro e muito mais, através do Whatsapp, do Facebook e outros meios de comunicação, desta feita em relação ao Governo e seus governantes.
Ou seja, assim como no jogo, ninguém está mais nem aí pra todo esse enorme drama que está se desenrolando em nosso País, em nossa vida.
Quando eu digo "não está mais nem aí" significa dizer que não estamos tomando atitude alguma para mudar esse quadro. Fazer piadinhas com o Governo não resolve absolutamente nada. Queimar ônibus, saquear lojas, atos de vandalismo, também não.
Mas, como bons brasileiros que somos, com muito orgulho, etc., torcemos. Torcemos para um dia dar certo. Com muita esperança. Afinal, a esperança é a última que morre.
MAS MORRE!!!

Assim no jogo:
Vocês já pensaram no que pode acontecer se a CBF resolver manter o Felipão como técnico da Seleção por mais quatro anos? Acreditem, não é uma possibilidade impossível.
Como na vida:
Vocês já pensaram no que pode acontecer se os brasileiros resolverem manter esse governo que aí se instalou comandando o Brasil por mais quatro anos? Acreditem, é uma possibilidade muito provável.
 
A Alemanha que nos derrotou ontem em campo também nos derrota atualmente em vários aspectos como educação, saúde , segurança, etc., porque é um país organizado, planejado, consistente, objetivo. Assim no jogo, como na vida.
Se eu quero ir morar lá? De maneira alguma. O meu país é o Brasil, aqui estão minhas raízes. Apenas almejo que um dia venhamos a atingir o nível de desenvolvimento de alguns outros países, para que todos possamos ter uma vida melhor.

Quando será que vamos levar nosso país a sério?