segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sobre os Mundos das Percepções, Reflexões, Atitudes e Ações - Em quais desses mundos você vive?


Desta vez vou começar um artigo pelo parágrafo que deveria estar no final:
Não se constrói uma vida, uma história, apenas com percepções e reflexões. Uma vida se constrói com ações, com atitudes. De nada adianta perceber o que está acontecendo em sua vida e não tomar atitudes concretas para mudar. Percepções e reflexões são efêmeras, sensoriais e, por si só, não operam mudanças. Embora sejam de fundamental importância em nossas vidas, desacompanhadas de ações e atitudes elas são apenas como um telefone celular desprovido de bateria, ou seja, não tem serventia alguma.

Tem gente que é expert em perceber: percebe que seu trabalho não está trazendo resultados satisfatórios para si, percebe que sua maneira de agir com o(a) parceiro(a) está prejudicando a relação, percebe que está tratando o filho adolescente de uma maneira  que só faz afastá-lo de si, percebe que sua forma de se alimentar está levando-a à obesidade, percebe que o cigarro está acabando com sua saúde, percebe, percebe e percebe... E não toma nenhuma atitude.

Algumas pessoas “percebem” e até conseguem evoluir para uma fase mais avançada: a fase da “reflexão”. Mas também não conseguem passar disso. Não conseguem porque entre a fase da percepção/reflexão e a fase da ação, existe uma coisa chamada auto-sabotagem. Isso, a auto-sabotagem. Significa você sabotar com sua própria vida, com seus sonhos, com o seu bem-estar. 

Por exemplo: a pessoa percebe que está passando muito tempo “navegando” nas redes sociais durante o expediente e que isso está trazendo um baixo rendimento em seus resultados no trabalho. Percebe, reflete sobre isso, descobre onde pode mudar, mas aí vem a auto-sabotagem: “é, mas se eu deixar de fazer isso, meu chefe não vai me dar aumento nenhum...”. E aí, continua “navegando” nas redes sociais...

Outro exemplo: a pessoa percebe que está engordando, além do peso ideal para sua estatura, que as roupas não estão mais cabendo nela, reflete e chega à conclusão que precisa fazer um regime sério e urgente. Mas aí, vem a auto-sabotagem: “é, mas eu nunca mais vou conseguir chegar a ter aquele meu corpinho de 15 anos atrás... “ ou “é, mas nenhum(a) amigo(a) da minha idade é magrinho(a)...”. E aí, mesmo incomodada com seu peso, continua a comer e beber de maneira totalmente desregrada...

Costumo contar, nos Seminários Comportamentais que ministro pelo Brasil afora, uma história interessante sobre o estado de incômodo:

Conto que, certa vez, um motorista parou seu carro num posto de combustível e enquanto o frentista abastecia, ele percebeu que próximo a eles havia um cachorro deitado em cima de uma tábua, ganindo de dor. O motorista, ao ver aquilo, perguntou ao frentista porque o cachorro estava ganindo daquele jeito. O frentista disse que era porque na tábua em que o cachorro estava deitado existia um prego que estava furando sua barriga. O motorista então perguntou ao frentista porque o cachorro não saía de lá, ao que o frentista respondeu: “deve ser porque ainda não está incomodando o suficiente”.

Pois é: o primeiro passo para uma mudança, seja ela qual for, é o estado de incômodo em que você se encontra em relação àquela situação. Até que ponto aquela situação está incomodando você? Por certo, se não estiver incomodando o suficiente, dificilmente você vai TER UMA ATITUDE para mudar.

Mudar também incomoda, porque, de certa maneira, tira o ser humano da zona de conforto. E enquanto você não chegar à conclusão de que o incômodo trazido pela situação que está vivendo é maior do que o incômodo que a mudança necessária vai trazer, você vai continuar “ganindo, deitado em cima da tábua”. 

Conheço pessoas que estão, há anos, reclamando de seu trabalho na empresa/repartição: reclamam todos os dias do salário, dos colegas, dos clientes, do mercado, do chefe, do sócio, mas continuam lá. “Percebem” o tempo todo que isto está muito ruim para elas, que talvez devessem procurar outro emprego, que talvez devessem se dedicar a estudar para um concurso público, mas... não TOMAM UMA ATITUDE. Continuam lá, “ganindo, deitadas em cima da tábua”.

Sabe qual é o problema maior? É quando o “incômodo suficiente” não estiver mais sob o seu controle. É quando os furos que o prego está fazendo na barriga do cachorro não permitirem mais a cicatrização. E quando fatores externos passarem a ser o motivo de sua (forçada) mudança, então você corre o grande risco de não estar PREPARADO para essa mudança.

Aí, vem a pergunta: o que fazer para mudar esse cenário?

A resposta é simples: “TER ATITUDES”.

Aja!!! Tenha coragem!!! Seja proativo!!! Não deixe o controle de sua vida, de seus resultados, nas mãos do destino, da sorte ou do azar, nas mãos de terceiros. Fuja das falsas “Zonas de Conforto” que, às vezes, você mesmo se coloca. Decida exatamente aonde você quer chegar e faça a sua parte. Assuma o controle de sua vida, de suas ações.

Só assim você vai construir uma vida, uma história, que você vai poder chamar de SUA. Alicerçada por AÇÕES e ATITUDES e não apenas por “percepções” e “reflexões” isoladas.

2 comentários:

  1. Muito bom Antônio Carlos.... uma provocação ao sair da acomodação... Noaldo

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  2. Gostei muito do texto. Tava precisando ler algo assim. :)

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